segunda-feira, 5 de abril de 2010

A Colonização do Brasil

Para compreendermos o presente, é necessário analisar o passado.

Como todos já sabem, o Brasil foi descoberto em 22 de abril de 1500 pelo navegador português Pedro Álvares Cabral. Portugal não se interessou pelo Brasil de início, dado que naquele momento o que estava no auge era o comércio de especiarias, após expedição em que Vasco da Gama descobrira o caminho para as Índias. Os portugueses vieram atrás de riquezas minerais, mas o principal tesouro encontrado foi o pau-brasil. Como não descobriram ouro no Brasil, e o comércio do pau-brasil rendia muito menos do que a pimenta e noz-moscada, o interesse de Portugal limitou-se ao envio de algumas expedições.

O início de nossa colonização difere absolutamente por exemplo da colonização dos Estados Unidos da América, onde os  imigrantes ingleses chegavam em busca de uma nova vida, uma nova terra, a liberdade. Tinham o objetivo de construirem juntos sua nova pátria, e por ela lutaram e morreram até conseguirem a sua independência.

Já o Brasil, foi colonizado como um país voltado para o extrativismo, onde os recursos cultivados ou encontrados tinham como finalidade o comércio ou envio para outros países. Por exemplo, boa parte de nosso ouro foi utilizado para o pagamento de dívidas de Portugal à Inglaterra.

A ocupação do nosso interior começou a ser feito pelas entradas e bandeiras. Havia o interesse em descobrir ouro, prata ou diamantes. A busca por estas riquezas estimulou a penetração no nosso território.

As entradas eram penetrações organizadas pelos governadores e contavam portanto com seu incentivo, sendo pagas pelo Rei. As principais saíram da Capitania de São Vicente e destinavam-se a prender índios para escravizá-los (dizia-se prear carijós) e buscar os metais preciosos - ouro e prata - tão abundantes nas zonas de colonização espanhola como México, Peru, Bolívia.

Outros rumaram pelo que se chamava o sertão dos Cuietés, subindo serranias, padecendo de seus esforços brutais, na terra que hoje é Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso. Demoravam anos em pesquisas, alguns enlouqueciam mesmo, sem conseguir voltar a sua vida normal, alucinados com a febre do ouro, das esmeraldas, dos diamantes. Como tinham que plantar para comer, onde permaneciam meses deixaram o núcleo dos ajuntamentos que se transformaram em aldeias, vilas, cidades.

Já as bandeiras eram expedições financiadas por comerciantes, fazendeiros, traficantes de bugres. Juntavam-se aventureiros e mamelucos paulistas, partiam sob a chefia de algum homem das velhas famílias indigenizadas de São Paulo, Camargo, Pires, Pais Leme ou Bueno da Silva, deixando a gerir seus negócios costumeiros suas valentes mulheres, as verdadeiras matronas. Passavam anos no mato, formavam famílias novas com as carijós da terra, fundavam arraiais onde plantavam milho, escalavam os picos da terrível serra da Mantiqueira, passavam fome e frio, tudo isso para trazer fieiras de índios e, muito mais tarde, nos anos finais do século XVII, as primeiras pepitas de ouro recolhidas nos ribeirões do Carmo. Entraram para a história do Brasil como bandeirantes.

Desta forma se teve a origem do povo brasileiro, sem uma unidade ou objetivo comum, mas objetivos individuais, escravidão e exploração voltada para o comércio.

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