sexta-feira, 30 de abril de 2010

A Depressão e o Tédio

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um poder começar agora e fazer um novo fim." ~Chico Xavier

Segundo estatísticas divulgadas pelo Laboratório de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo, 73,6% da população está comprometida em graus diferentes de algum tipo de transtorno psicológico, e somente 26,4% pode ser considerada “normal” ou sem qualquer tipo de transtorno. A pesquisa, realizada recentemente, aponta que 46% das pessoas com transtorno são portadoras de depressão.

Há quem diga que a depressão é a doença do século, mas se formos analisar documentos que descrevem as civilizações ao longo de nossa história, verificaremos que ela sempre existiu, mas com nomenclaturas diferentes - melancolia (antiguidade), possessão demoníaca (idade média) e até mesmo chegou a ser encarada como intelectualidade no Renascimento.

A depressão, assim como outros transtornos mentais, começaram a ser elucidados nos fins do século XIX / início do século XX através dos estudos de Sigmund Freud, que resultaram na elaboração de sua teoria psicanalítica. A origem da teoria foi quando começou a atender na maior parte jovens senhoras judias, que sofriam de sintomas aparentemente neurológicos (paralisia, perda do controle motor, cegueira parcial, alucinações, etc.), mas que não podiam ser diagnosticados através de exames. Freud então criou um método de tratamento baseado na "cura pela fala", onde o paciente discute as associações com cada sintoma, fazendo-os desaparecer. Durante o tratamento Freud buscava as memórias ocultas ou reprimidas das pacientes, que poderiam estar relacionadas com a origem dos sintomas.

Daí então passam a surgir diversas vertentes relacionadas aos estudos de tais transtornos. Entre estas, a principal discussão é se o tratamento indicado para a doença deve ser de caráter psicológico/psicanalítico (cura pela fala), ou psiquiátrico (clínico/remédios). Ou seja, se a enfermidade é puramente psíquica, se é causada pela deficiência de substâncias químicas no organismo do paciente, ou mesmo ambos.

Não sou psiquiatra nem psicanalista para dar um veredicto ou mesmo uma posição técnica com base teórica consistente, mas vamos refletir um pouco.

Se formos observar o universo que nos cerca, é imediata a constatação de sua magnitude e perfeição. Sendo os seres humanos parte deste todo, por indução é no mínimo provável que deva estar em harmonia com o universo. Mas e as doenças e os transtornos, onde ficam nisso ?

Experiências realizadas com diversas espécies de animais comprovam que a convivência em sociedade altera o seu comportamento. Dependendo do contexto em que são colocados, podem demonstrar-se felizes, calmos, ou estressados, violentos, a ponto de matarem uns aos outros.

É fato que o estado emocional do indivíduo tende a ser influenciado pelo meio em que está. É também sabido que a química do organismo está intimamente ligada aos aspectos psicológicos.

Deus criou o homem, e o deu o universo e a Terra como habitat. O planeta foi cedido ao homem, e sua preservação é nosso dever. Na Terra, construímos nossa civilização, nossas leis, a sociedade. A nossa felicidade está diretamente relacionada à sociedade em que vivemos. Pela estatística acima, 73,6% da população apresenta algum tipo de transtorno psicológico. Para explicar este número tão elevado, ou deveríamos considerar que o ser humano é um "projeto defeituoso", o que não é provável dada a perfeição de todas as criações de Deus, ou o contexto criado pelo homem é desfavorável à sua saúde mental.

Respeito a vertente que alega que a depressão é uma doença clínica, a qual deve se tratada através de medicamentos. Porém acho que cabe a todos que estão lendo este post um momento de reflexão. É nossa obrigação sermos felizes. Precisamos fazer da sociedade um contexto agradável para vivermos, sem repressão e violência, sem permitir que sejamos enumerados, serializados e fiscalizados como escravos e robots. As organizações foram criadas para atender às necessidades do homem, e não o contrário.

Se você se enquadra na lista abaixo ou sente algo que te faça sentir-se mal psicologicamente :

. Está frequentemente com tédio
. Chora facilmente ou sem motivo
. Perdeu o interesse/prazer pelas coisas
. Sente-se culpado, sem saída ou sem valor
. Sente-se meio largado ou paralisado
. Pensa na morte/suicídio
. Dorme demais ou não conseguir dormir
. Perdeu o apetite e peso ou come demais e engordou
. Sente-se cansado e lento ou inquieto e irritável
. Acha difícil concentrar-se e tomar decisões
. Sente dores que não melhoram com tratamento

É sinal que tem algo errado com você. Seja lá o que for que tenha, pode ser resolvido, curado, ou solucionado e o mal estar passará. O importante é não aceitar simplesmente isso como um elemento de sua vida. Vá a um psicanalista, psicólogo ou psiquiatra, e procure descobrir e mudar na sua vida o que não estiver lhe fazendo bem.

Viva a vida intensamente. Aproveite cada dia como se fosse o último, curtindo cada momento e procurando ver sempre os aspectos positivos e construtivos. Procure não se fixar em fatos e lembranças que te causam mal estar ou sentimentos ruins. Não fique tão ligado a bens materiais, pois o homem por mais que tenha jamais ficará saciado com o material. Faça o bem e ajude ao próximo, nada lhe trará mais satisfação do que isso. Lute contra os opressores e ajude a construir aqui um mundo melhor. Faça valer a pena a sua estadia neste planeta. Você é único. Deixe a sua marca.

"Eis um teste para saber se a sua missão na Terra está cumprida. Se você está vivo, sua missão ainda não terminou." ~Richard Bach

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A Midia

Estamos no século XXI. A tecnologia vem crescendo mais do que linearmente ao longo da história de nossa civilização. Parece até um crescimento exponencial, se compararmos o que éramos a 50 anos atrás com os dias de hoje.

A tecnologia da informação e comunicação tem sido um dos principais  avanços dos anos 90 até o presente. Desta forma o homem passou a visualizar o mundo como se fosse uma pequena vila.

Acontecimentos que ocorrem do outro lado do mundo chegam a nós em minutos, ou até mesmo em segundos. Com tanta informação, cabe às empresas que as divulgam definir o que julgam ser prioridade.

Hoje em dia tende-se a acreditar que o mundo e a civilização estão no caminho da destruição, dado o grande volume de notícias ruins que chegam até nós diariamente.

O papel da midia é fundamental em nossa sociedade, porém vale a pena refletir se o conteúdo apresentado visa mostrar ao povo algo que leve a uma vida melhor ou não.

É sabido que notícias de catástrofes, crimes, mortes, informações sobre a degeneração da espécie humana, têm maior audiência. Sendo assim, as emissoras e editoras focam boa parte de suas matérias nestes temas. Outras vezes apresentam problemas pontuais que são utilizados pelos políticos como pretextos para a criação de leis punitivas objetivando o aumento da arrecadação.

É natural que estas empresas queiram aumentar sua audiência, dado que são privadas e têm fins lucrativos.

O importante é que o povo precisa ter consciência deste contexto. Achar que estamos em um processo irreversível de auto-destruição devido às notícias que recebemos é no mínimo um julgamento pré-maturo.
É claro que por exemplo uma suposição do mundo terminar em dez/2012 devido a uma posição astrológica de constelações e planetas é notícia. Se isso vai ocorrer ou não, não importa. O que importa é a audiência.

Muitos podem não acreditar, mas pensamentos negativos e pessimistas geram fatos negativos. Pensamentos positivos e otimistas geram elevação espiritual e melhoria de vida. O universo conspira em favor do que queremos e acreditamos.

A midia precisa ser interpretada e avaliada corretamente e com cuidado. Os pontos negativos sempre poderão ser revertidos. Enquanto há vida, há esperança. Porém é necessário que cada um faça a sua parte. De pedra em pedra, poderemos construir juntos um mundo melhor.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Civilização

“The only way to deal with an unfree world is to become so absolutely free that your very existence is an act of rebellion.”  ~Albert Camus

O homem, como um ser social, precisa viver em grupo. Assim como citei no decorrer dos posts deste blog, com a "evolução" da cultura social, chegamos ao estágio atual da nossa civilização. As leis atuais que regem a sociedade exigem uma forma de suposto civismo que acabam afastando o ser humano da mais importante de suas essências - a Liberdade.

Toda lei criada tem uma justificativa. Muitas vezes o verdadeiro motivo não é a justificativa aparente e imediata, usada como pretexto para a sua criação. Mas os benefícios indiretos decorrentes, que irão beneficiar aos grupos que apoiaram a criação da lei.

Podemos abordar vários temas que no mínimo merecem ser avaliados.

Por que o país não pode ser governado para e pelo o povo ?

Será que a maioria das guerras declaradas pelo mundo tiveram o apoio da sua população, ou foram geralmente criados pretextos aparentes para que o povo as aceitassem, e seus verdadeiros motivos ficaram ocultos buscando os interesses dos grupos dominantes ? Nestas horas não existem os direitos humanos, nem mesmo o respeito à vida. A destruição em massa é justificada e aprovada.

Não precisamos ir muito longe para citar mais exemplos, afinal o nosso Brasil também é cheio de inconsistências.

Se o Brasil é agora supostamente um país auto-suficiente em petróleo, por que nosso combustível continua sendo um dos mais caros do mundo ? Por mais poços de petróleo que se encontrem os preços nunca baixam ? E agora com o pré-sal, será que vai mudar alguma coisa realmente aparente para a população ?

Os anos passam, e as condições de saneamento em várias cidades do Brasil permanecem precárias. Sabendo disso, por que os governos ou prefeituras não alocam mais recursos para isto? Pode-se alegar que faltam recursos, que são limitados e tal, mas por exemplo no Rio de Janeiro foi criada praticamente da noite para o dia uma grande Guarda Municipal, com uma folha de pagamento extensa, e para um fim absolutamente secundário que é a regulação do trânsito e multagem de motoristas. Como uma cidade com problemas na população tão primários e essenciais pode dar prioridade total à criação de mecanismos para a multagem de motoristas ? Será que o real motivo disto é o aumento da arrecadação da prefeitura, e itens tais como a melhoria do saneamento não interessam tanto porque não tem um retorno financeiro imediato ? O governo é uma empresa que visa o lucro, ou uma instituição que deve funcionar para atender às necessidades do povo ? O povo jamais é consultado antes de serem criadas medidas impopulares (criação de novos impostos e taxas, aumento de impostos, novas leis punitivas, etc). Mas leis e decretos que tendem a aumentar a arrecadação do governo acabam sempre sendo aprovados. Muitas vezes a própria midia dá suporte à criação destas novas leis, utilizando como pretextos exemplos isolados e pontuais, os quais são colocados de forma como se fosse um problema global, justificando assim para o povo a implantação da nova lei.

Na própria Bíblia, no apocalipse é comentado que no fim dos tempos o homem será identificado através de um chip, a ser inserido em sua própria pele. Será que não estamos caminhando para isto ? Nossa civilização cada vez mais vem sendo supervisionada através de mecanismos e computadores que são utilizados para punir as pessoas que não estiverem de acordo com as leis estabelecidas.

Podemos citar alguns exemplos: pelo CPF, controle bancário, gastos de cartões de crédito, declarações de imposto de renda são cruzadas e checadas. Os CPF irregulares são punidos. Pelas ruas e estradas somos monitorados por radares. Quem se distrair e pressionar o pé 1mm a mais pode ser fotografado, multado ou até mesmo perder a licença de dirigir. Viaturas de polícia perseguem cidadãos comuns e trabalhadores pelas ruas, verificando remotamente através do computador central do DETRAN se o IPVA de seus veículos já foram pagos. Caso contrario, o cidadão é abordado, as vezes até com arma apontada para sua cabeça, é punido e pode ter seu veículo apreendido.

Para onde caminha a humanidade ? Será este o início do Fim, como diz o apocalipse ?

O objetivo desde blog não é estimular o pessimismo, mas o otimismo. Volto a repetir aqui: enquanto há vida, há esperança. O planeta é nosso, e temos obrigação de preservá-lo. Se cada um fizer a sua parte, o próprio universo irá conspirar em nosso favor, e o processo de destruição será revertido. Mas não podemos ficar parados, deixando o nosso povo e planeta serem prejudicados por homens pobres de espírito. O futuro depende de nós.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Reflexões de um cidadão comum

"The world is not dangerous because of those who do harm but because of those who look at it without doing anything." ~Albert Einstein


"What's the use of a fine house if you haven't got a tolerable planet to put it on." ~Henry David Thoreau


Parece que a maioria das pessoas não param por alguns momentos de suas vidas e se perguntam: Como tudo isso deveria ser ? O que podemos esperar do mundo, do país, do Estado ? Qual a solução ?

Ao invés disso a tendência é imaginar coisas pessimistas tais como: o mundo está indo de mal a pior, está no caminho do fim, nada mais tem solução, o Brasil é um lixo, os políticos são todos corruptos, etc, etc, etc...

A verdade é que enquanto há vida, há esperança. É fato que ainda há uma solução. Certamente não é uma solução imediata nem trivial, mas ela existe.

Voltando aos posts iniciais deste blog, comentamos que o homem está cada vez mais fugindo e se distanciando da sua essência animal, abafando seus instintos. Os animais vivem buscando a sua felicidade, em todos os momentos, seguindo a sua natureza. Por que o homem não pode fazer o mesmo ? Devemos nos satisfazer com tão pouco ? Assumir que a vida na Terra tende à mediocridade e ficarmos parados assistindo de arquibancada ?

Deus criou o homem, e deu a ele um diferencial que é a sua racionalidade. Por que não utilizá-la para o nosso próprio bem, que na verdade é o bem comum de toda a humanidade ?

Assim como os animais, se o homem estiver em paz no seu habitat natural, sentindo a essência da liberdade fluindo dentro de si, saberá como agir e fazer deste mundo um lugar melhor e bem distante do fim. Hoje em dia isto não ocorre porque o homem encontra-se oprimido e submisso ao contexto que ele próprio gerou ao longo de sua história.

A questão é como conseguir isso, dado que a humanidade caminha no sentido oposto. A iniciativa de começar um processo objetivando alcançar soluções deve partir de pessoas que tem esta consciência, determinação, e acreditam que é possível.

Vivemos em uma suposta democracia, então as vontades do povo devem ser colocadas em primeiro lugar. Cabe ao povo governar seu próprio planeta, país, estado, município. Se as pessoas que estão no poder não estão agindo de acordo com o desejo da população, ou elas devem mudar ou serem substituídas. As leis e medidas impopulares devem que ser questionadas ou indeferidas, e não simplesmente aceitas com passividade e indignação. Está mais do que na hora de mudar, caso contrário nosso futuro será sombrio.

Cada pessoa que leu este post e concorda com as minhas colocações deve fazer a sua parte, por menor que seja, da forma que mais lhe for conveniente. De pedra em pedra constrói-se um castelo.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O Perfil da Sociedade Brasileira

Nos últimos dois posts, tentei resumir a evolução dos acontecimentos históricos no Brasil desde o seu descobrimento até a proclamação da República, a qual vivemos até os dias de hoje.

No início de nossos tempos, o povo brasileiro foi constituído principalmente de imigrantes cujos objetivos eram a exploração de recursos visando maiores lucros no comércio. Para maximizar os lucros eram utilizados índios e mais adiante escravos negros adquiridos através de tráfico de homens vindos da África.

Na colonização nunca houve uma unidade dos imigrantes nem o objetivo de construir no Brasil a sua terra. Os movimentos populares revolucionários em busca da independência nunca foram o suficiente para alcançá-la. Nossas principais conquistas sempre foram com fundo político, ou com o apoio econômico das classes dominantes. O povo brasileiro, diferentemente de outras nações nunca precisou entrar em guerra, ou lutar e morrer por seus ideais, fora em situações pontuais.

Grande parte dos imigrantes portugueses que vieram para o Brasil eram considerados de baixo escalão ou pessoas indesejáveis pela monarquia. Uma parcela substancial do povo brasileiro foi constituída pela miscigenação entre estes portugueses, junto com os índios e negros provenientes do tráfico de escravos.


No decorrer dos tempos, imigrantes de outros países vieram para o Brasil por razões e objetivos diversos, porém mantendo traços de suas culturas nas regiões onde se estabeleceram.


Até hoje nossa população apresenta um número elevado de analfabetos - mais de 10% da população com idade acima de 15 anos não sabem ler e escrever. Isto representa cerca de 14 milhões de pessoas. O Brasil é um país que apresenta uma grande desigualdade social, onde 10% da população representada pelos mais ricos possui cerca de 50% da renda de todo o país, e 50% da população representada pelos mais pobres possui apenas 10% da renda. Além disso, os 1% localizados no topo da pirâmide social (os mais ricos) possuem uma parcela de renda superior a da metade de toda a população brasileira (mais pobres).

Veja aqui alguns dados estatísticos do Brasil.


Após a proclamação da República em 1889, com o regime presidencialista diversos presidentes chegaram ao poder. Porém em 1o de abril de 1964 o Brasil sofreu um golpe militar (revolução de 1964) o qual estaria associado à ideia de futuro, de esperança de um tempo melhor, algo prometido à população devido ao estado de corrupção existente, aos vários problemas estruturais que surgiram na política brasileira no decorrer dos anos da República, assim como supostas ameaças de comunismo.

O golpe de 1964 submeteu o Brasil a um regime alinhado politicamente com os Estados Unidos da América, e durou até 1985 quando indiretamente foi eleito o primeiro presidente civil desde as eleições de 1960, Tancredo Neves.

O momento histórico do golpe militar de 1964 era complicado, dado que o mundo vivia a Guerra Fria, onde por um lado países como a China, Cuba e URSS representavam o lado comunista e tentavam influenciar ou financiar outros países a seguirem o seu regime de governo, por outro lado havia os Estados Unidos defendendo o lado capitalista. Pode-se fazer diversas suposições com relação a procedência das iniciativas e financiamentos das duas correntes ideológicas existentes no Brasil (direita x esquerda). Porém é inquestionável que durante a ditadura militar a população brasileira sofreu uma forte repressão e a imprensa uma extrema censura. Há relatos de supostas torturas e assassinatos.


Geraldo Vandré - Para não dizer que não falei das flores


Muitas das pessoas que vivenciaram este momento histórico ficaram marcadas para sempre. As crianças  foram educadas neste período sob o regime repressor, e aprenderam a não questionar e aceitar as imposições do governo para não sofrerem represálias.

Se antes o povo brasileiro já não tinha uma unidade e posicionamento forte na luta por seus ideais, a partir de 1964 passou a se tornar ainda mais passivo e submisso aos detentores do poder. Tal temor e passividade persistem até os dias de hoje. Os políticos fazem leis às suas vontades. Governam em causa própria, como se o país fosse sua empresa particular. Em geral chegam ao poder através de ações populistas, beneficiando-se da pobreza e carência de educação da maior parte da população para obterem votos. Ao assumirem o poder elaboram leis completamente contra o desejo do povo, focadas principalmente no aumento da arrecadação do Estado, justificadas por mínimos pretextos, que apoiados pela midia são suficientes para calar o povo. A nossa história tornou o povo brasileiro tão passivo e submisso, que é praticamente incapaz até mesmo de se posicionar radicalmente contra medidas tais como leis criadas pelos próprios políticos para o aumento do seu próprio salário, aumento do preços de combustíveis, criação de novos impostos (ex. CPMF, taxa de iluminação pública), entre outras.

Nosso povo se satisfaz com muito pouco. Se o seu time vence no estádio a alegria momentânea é suficiente para o esquecimento das adversidades. Uma cervejinha também pode ser uma boa forma de esquecer. E desta forma os governos se mantém, administrando seus Estados - suas "empresas". O povo olha, sabe, mas permanece passivo e submisso.

Brasil - da Independência à República

No Brasil enquanto colônia portuguesa, surgiram movimentos localizados buscando a independência (vide a Inconfidência Mineira), mas sem força suficiente para obter êxito.

O processo final de nossa independência iniciou com a chegada da Família Real portuguesa no Brasil em 1808, em fuga devido a invasão francesa de Portugal. Registrou-se então o que alguns historiadores brasileiros denominam de "inversão metropolitana", ou seja, o aparelho de Estado Português passou a operar a partir do Brasil, que deste modo deixou de ser uma "colônia" e assumiu efetivamente as funções de metrópole.

O passo seguinte, que conduziu à independência do Brasil, ocorreu com a eclosão da Revolução liberal do Porto (24 de agosto de 1820), que impôs o regresso de D. João VI a seu país, visando forçar o retorno do chamado Pacto Colonial. A notícia do movimento chegou ao Rio de Janeiro em 12 de outubro, causando intensa comoção com reflexos em diversas províncias brasileiras (Bahia, Pernambuco, Paraíba, Maranhão, Pará, ...). Pressionado pelo triunfo da revolução constitucionalista, o soberano retornou com a família real para Portugal, deixando como príncipe regente no Brasil o seu primogênito, D. Pedro de Alcântara que a partir de então passou a sofrer pressões de diversos grupos assim como o "partido brasileiro" pelo processo de independência do Brasil, a qual acabou por decretar em 7 de setembro de 1822.

Consolidado o processo na região Sudeste do Brasil, a independência das demais regiões da América Portuguesa foi conquistada com relativa rapidez. Contribuiu para isso o apoio diplomático e financeiro da Grã-Bretanha. Sem um Exército e sem uma Marinha de Guerra, tornou-se necessário recrutar mercenários e oficiais estrangeiros para comandá-los, do mesmo modo que adquirir meios.

À semelhança do processo de independência de outros países latino-americanos, o de independência do Brasil preservou o "status" das elites agro-exportadoras, que conservaram e ampliaram os seus privilégios políticos, econômicos e sociais.

Ao contrário do ideário do Iluminismo, e do que desejava, por exemplo, José Bonifácio de Andrada e Silva, a escravidão foi mantida, assim como os latifúndios, a produção de gêneros primários voltada para a exportação e o modelo de governo monárquico.

Para ser reconhecido oficialmente, o Brasil negociou com a Grã-Bretanha e aceitou pagar indenizações de 2 milhões de libras esterlinas a Portugal. A Grã-Bretanha saiu lucrando, tendo início o endividamento externo do Brasil. Quando D. João VI retornou a Lisboa, por ordem das Cortes, levou todo o dinheiro que podia — calcula-se que 50 milhões de cruzados, apesar de ter deixado no Brasil a sua prataria e a enorme biblioteca, com obras raras que compõem hoje o acervo da Biblioteca Nacional. Em conseqüência da leva deste dinheiro para Portugal, o Banco do Brasil, fundado por D. João ainda 1808, veio a falir em 1829.

Na época em que os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra para a realização de trabalhos manuais. Diante disso, eles procuraram usar o trabalho dos índios nas lavouras; entretanto, esta escravidão não pôde ser levada adiante, pois os religiosos se colocaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Assim, os portugueses passaram a fazer o mesmo que os demais europeus daquela época. Eles foram à busca de negros na África para submetê-los ao trabalho escravo em sua colônia. Deu-se, assim, a entrada dos escravos no Brasil. A escravidão no Brasil durou até 13 de maio de 1888, quando através da Lei Áurea, a liberdade total foi finalmente alcançada pelos negros no Brasil. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, abolia de vez a escravidão no Brasil. Assim como os índios, os negros de origem africana que antes eram escravos, passaram a compor uma parcela substancial da população brasileira.

A Proclamação da República Brasileira foi um episódio da história do Brasil, ocorrido em 15 de novembro de 1889, que instaurou o regime republicano no Brasil, derrubando a monarquia do Império do Brasil, pondo fim à soberania do Imperador Dom Pedro II.

A Proclamação da República se deu no Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, na praça da Aclamação, hoje praça da República, quando um grupo de militares do exército brasileiro, liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca, deu um golpe de estado, sem o uso de violência, depondo o Imperador do Brasil, D. Pedro II, e o presidente do Conselho de Ministros do Império, o visconde de Ouro Preto.

Foi instituído, naquele mesmo dia 15, um "Governo Provisório" republicano. Faziam parte deste "Governo Provisório", organizado na noite de 15 de novembro, o marechal Deodoro da Fonseca como presidente da república e chefe do Governo Provisório, marechal Floriano Peixoto como vice-presidente, e, como ministros, Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Sales, Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro e o almirante Eduardo Wandenkolk, todos membros regulares da maçonaria brasileira.

E assim começou o início de nossos dias...

A Colonização do Brasil

Para compreendermos o presente, é necessário analisar o passado.

Como todos já sabem, o Brasil foi descoberto em 22 de abril de 1500 pelo navegador português Pedro Álvares Cabral. Portugal não se interessou pelo Brasil de início, dado que naquele momento o que estava no auge era o comércio de especiarias, após expedição em que Vasco da Gama descobrira o caminho para as Índias. Os portugueses vieram atrás de riquezas minerais, mas o principal tesouro encontrado foi o pau-brasil. Como não descobriram ouro no Brasil, e o comércio do pau-brasil rendia muito menos do que a pimenta e noz-moscada, o interesse de Portugal limitou-se ao envio de algumas expedições.

O início de nossa colonização difere absolutamente por exemplo da colonização dos Estados Unidos da América, onde os  imigrantes ingleses chegavam em busca de uma nova vida, uma nova terra, a liberdade. Tinham o objetivo de construirem juntos sua nova pátria, e por ela lutaram e morreram até conseguirem a sua independência.

Já o Brasil, foi colonizado como um país voltado para o extrativismo, onde os recursos cultivados ou encontrados tinham como finalidade o comércio ou envio para outros países. Por exemplo, boa parte de nosso ouro foi utilizado para o pagamento de dívidas de Portugal à Inglaterra.

A ocupação do nosso interior começou a ser feito pelas entradas e bandeiras. Havia o interesse em descobrir ouro, prata ou diamantes. A busca por estas riquezas estimulou a penetração no nosso território.

As entradas eram penetrações organizadas pelos governadores e contavam portanto com seu incentivo, sendo pagas pelo Rei. As principais saíram da Capitania de São Vicente e destinavam-se a prender índios para escravizá-los (dizia-se prear carijós) e buscar os metais preciosos - ouro e prata - tão abundantes nas zonas de colonização espanhola como México, Peru, Bolívia.

Outros rumaram pelo que se chamava o sertão dos Cuietés, subindo serranias, padecendo de seus esforços brutais, na terra que hoje é Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso. Demoravam anos em pesquisas, alguns enlouqueciam mesmo, sem conseguir voltar a sua vida normal, alucinados com a febre do ouro, das esmeraldas, dos diamantes. Como tinham que plantar para comer, onde permaneciam meses deixaram o núcleo dos ajuntamentos que se transformaram em aldeias, vilas, cidades.

Já as bandeiras eram expedições financiadas por comerciantes, fazendeiros, traficantes de bugres. Juntavam-se aventureiros e mamelucos paulistas, partiam sob a chefia de algum homem das velhas famílias indigenizadas de São Paulo, Camargo, Pires, Pais Leme ou Bueno da Silva, deixando a gerir seus negócios costumeiros suas valentes mulheres, as verdadeiras matronas. Passavam anos no mato, formavam famílias novas com as carijós da terra, fundavam arraiais onde plantavam milho, escalavam os picos da terrível serra da Mantiqueira, passavam fome e frio, tudo isso para trazer fieiras de índios e, muito mais tarde, nos anos finais do século XVII, as primeiras pepitas de ouro recolhidas nos ribeirões do Carmo. Entraram para a história do Brasil como bandeirantes.

Desta forma se teve a origem do povo brasileiro, sem uma unidade ou objetivo comum, mas objetivos individuais, escravidão e exploração voltada para o comércio.