Segundo estatísticas divulgadas pelo Laboratório de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo, 73,6% da população está comprometida em graus diferentes de algum tipo de transtorno psicológico, e somente 26,4% pode ser considerada “normal” ou sem qualquer tipo de transtorno. A pesquisa, realizada recentemente, aponta que 46% das pessoas com transtorno são portadoras de depressão.
Há quem diga que a depressão é a doença do século, mas se formos analisar documentos que descrevem as civilizações ao longo de nossa história, verificaremos que ela sempre existiu, mas com nomenclaturas diferentes - melancolia (antiguidade), possessão demoníaca (idade média) e até mesmo chegou a ser encarada como intelectualidade no Renascimento.
A depressão, assim como outros transtornos mentais, começaram a ser elucidados nos fins do século XIX / início do século XX através dos estudos de Sigmund Freud, que resultaram na elaboração de sua teoria psicanalítica. A origem da teoria foi quando começou a atender na maior parte jovens senhoras judias, que sofriam de sintomas aparentemente neurológicos (paralisia, perda do controle motor, cegueira parcial, alucinações, etc.), mas que não podiam ser diagnosticados através de exames. Freud então criou um método de tratamento baseado na "cura pela fala", onde o paciente discute as associações com cada sintoma, fazendo-os desaparecer. Durante o tratamento Freud buscava as memórias ocultas ou reprimidas das pacientes, que poderiam estar relacionadas com a origem dos sintomas.
Daí então passam a surgir diversas vertentes relacionadas aos estudos de tais transtornos. Entre estas, a principal discussão é se o tratamento indicado para a doença deve ser de caráter psicológico/psicanalítico (cura pela fala), ou psiquiátrico (clínico/remédios). Ou seja, se a enfermidade é puramente psíquica, se é causada pela deficiência de substâncias químicas no organismo do paciente, ou mesmo ambos.
Não sou psiquiatra nem psicanalista para dar um veredicto ou mesmo uma posição técnica com base teórica consistente, mas vamos refletir um pouco.
Se formos observar o universo que nos cerca, é imediata a constatação de sua magnitude e perfeição. Sendo os seres humanos parte deste todo, por indução é no mínimo provável que deva estar em harmonia com o universo. Mas e as doenças e os transtornos, onde ficam nisso ?
Experiências realizadas com diversas espécies de animais comprovam que a convivência em sociedade altera o seu comportamento. Dependendo do contexto em que são colocados, podem demonstrar-se felizes, calmos, ou estressados, violentos, a ponto de matarem uns aos outros.
É fato que o estado emocional do indivíduo tende a ser influenciado pelo meio em que está. É também sabido que a química do organismo está intimamente ligada aos aspectos psicológicos.
Deus criou o homem, e o deu o universo e a Terra como habitat. O planeta foi cedido ao homem, e sua preservação é nosso dever. Na Terra, construímos nossa civilização, nossas leis, a sociedade. A nossa felicidade está diretamente relacionada à sociedade em que vivemos. Pela estatística acima, 73,6% da população apresenta algum tipo de transtorno psicológico. Para explicar este número tão elevado, ou deveríamos considerar que o ser humano é um "projeto defeituoso", o que não é provável dada a perfeição de todas as criações de Deus, ou o contexto criado pelo homem é desfavorável à sua saúde mental.
Respeito a vertente que alega que a depressão é uma doença clínica, a qual deve se tratada através de medicamentos. Porém acho que cabe a todos que estão lendo este post um momento de reflexão. É nossa obrigação sermos felizes. Precisamos fazer da sociedade um contexto agradável para vivermos, sem repressão e violência, sem permitir que sejamos enumerados, serializados e fiscalizados como escravos e robots. As organizações foram criadas para atender às necessidades do homem, e não o contrário.
Se você se enquadra na lista abaixo ou sente algo que te faça sentir-se mal psicologicamente :
. Está frequentemente com tédio
. Chora facilmente ou sem motivo
. Perdeu o interesse/prazer pelas coisas
. Sente-se culpado, sem saída ou sem valor
. Sente-se meio largado ou paralisado
. Pensa na morte/suicídio
. Dorme demais ou não conseguir dormir
. Perdeu o apetite e peso ou come demais e engordou
. Sente-se cansado e lento ou inquieto e irritável
. Acha difícil concentrar-se e tomar decisões
. Sente dores que não melhoram com tratamento
É sinal que tem algo errado com você. Seja lá o que for que tenha, pode ser resolvido, curado, ou solucionado e o mal estar passará. O importante é não aceitar simplesmente isso como um elemento de sua vida. Vá a um psicanalista, psicólogo ou psiquiatra, e procure descobrir e mudar na sua vida o que não estiver lhe fazendo bem.
Viva a vida intensamente. Aproveite cada dia como se fosse o último, curtindo cada momento e procurando ver sempre os aspectos positivos e construtivos. Procure não se fixar em fatos e lembranças que te causam mal estar ou sentimentos ruins. Não fique tão ligado a bens materiais, pois o homem por mais que tenha jamais ficará saciado com o material. Faça o bem e ajude ao próximo, nada lhe trará mais satisfação do que isso. Lute contra os opressores e ajude a construir aqui um mundo melhor. Faça valer a pena a sua estadia neste planeta. Você é único. Deixe a sua marca.
"Eis um teste para saber se a sua missão na Terra está cumprida. Se você está vivo, sua missão ainda não terminou." ~Richard Bach