domingo, 31 de julho de 2011

Ser ou Não Ser... (parte 2)


Desde que o homem se entende como gente, e começa a refletir sobre o seu verdadeiro "eu", ele acaba descobrindo que pouco sabe não apenas sobre si mesmo, mas a respeito de todo o universo que o cerca.

A tendência natural dos indivíduos que nascem em uma dada conjuntura é acreditar que aquele contexto é a sua verdade. Desde que nascem, são educados e catequizados para que os Dogmas, axiomas, princípios éticos, morais, religiosos, profissionais entre outros sejam compreendidos e absorvidos completamente.

Porém o ser humano não nasceu para ser um robot, embora seja isso que a conjuntura espera de cada um. A idéia é formar trabalhadores que contribuam para a alimentação do sistema, submetendo-se por completo às suas regras, a fim de beneficiar principalmente aos grupos que detém o poder.

O homem nasce livre, com a mente límpida e pura. Com o passar dos anos ela vai evoluindo, mas ao mesmo tempo adaptando-se ao contexto em que vive. A discrepância entre os seus instintos primários e as regras estabelecidas pela conjuntura leva o indivíduo a apresentar comportamentos diversos para adaptar-se ao meio.

Todos somos diferentes, temos "essências" diferentes. A individualidade de cada um combinada com a forma da criação e o contexto em que vive irão definir a sua personalidade e comportamento.

O que ser, ou o que não ser ? Na verdade optar por não ser algo acaba levando o indivíduo a ser uma outra coisa, mesmo que através de uma negação. Ou seja, o não ser também é ser.

Com a personalidade formada, o homem passa a representar personagens diante das diferentes situações que surgem em seu caminho. Cada um tem a sua história, que o levou a ser como é no presente. Esta história irá influenciá-lo diretamente em suas atitudes, postura, perspectivas, e até mesmo na sua auto-confiança.

Através da representação destes personagens o indivíduo tenta mascarar a sua essência, buscando assim de acordo com a sua visão mais chances de sucesso seja profissional, social ou  emocional. Em muitos casos esta representação é tão intensa que ele chega a enganar a si próprio a ponto de acreditar que aquele personagem é a sua verdade. Em situações extremas alguns indivíduos chegam a desenvolver quadros psicológicos patológicos como a psicose.

Quanto mais o contexto em que a pessoa está integrada diverge dos seus instintos naturais, maior é o esforço para a adaptação. Para isso é necessária a criação em sua mente de idéias, axiomas e justificativas que dêem suporte à submissão. Por exemplo, algumas religiões chegam a alertar para possíveis punições aos indivíduos que não seguem os seus ensinamentos (não ir para o céu, pecados, não ser salvo, etc). Muitos com receio de receber tais punições submetem-se a acreditar que aquilo é a sua verdade, às vezes chegando a ponto de enganar a si próprio.

Quanto mais dura a aceitação das regras e do contexto em que vive, mais mecanismos de defesa são acionados na sua mente a fim de garantir alguma perspectiva de estabilidade naquela situação. Muitas vezes para tal a pessoa cria frágeis alicerces mentais, que quando são abalados por algum fato novo podem quebrar-se e ela vir a achar que o seu mundo "caiu" ou até mesmo entrar em depressão.

Na verdade o que todos buscamos é uma forma para vivermos em harmonia e felizes, seja lá qual for o contexto. Tanto que para isso chegamos a ponto de representarmos personagens que muitas vezes não têm nada a ver com o nosso verdadeiro "eu", o que de alguma forma irá gerar instabilidade.

Seja lá qual for o objetivo que se deseja alcançar o primeiro passo é ser SEMPRE, em qualquer circunstância, 100% sincero consigo mesmo, por mais esdrúxulo ou politicamente incorreto que pareça ser o seu pensamento. A partir de então você poderá começar a compreender melhor a si próprio, os seus instintos mais primários, e saber o que realmente gosta ou deseja. Com base em tais conhecimentos torna-se possível avaliar se alguma coisa deve mudar em você ou em sua vida, mas sempre baseado na sua verdade, sem máscaras ou mentiras. Ninguém a não ser nós mesmos tem o direito de reprimir-nos e tirar a nossa liberdade e felicidade.

Ser ou Não Ser... (parte 1)

"If you don’t like how things are, change it! You’re not a tree." ~Jim Rohn
"The only way to deal with an unfree world is to become so absolutely free that your very existence is an act of rebellion." ~Albert Camus

Um comentário:

  1. Comentário de Ronald Sanson Stresser Junior:
    http://twitter.com/#!/quimbanda

    A felicidade está nas coisas simples da vida, e isso não é apenas mais um clichê, é uma grande verdade. Todos nós andamos tão absorvidos pelas obrigações materiais, as quais nos são impostas, que acabamos esquecendo de nós mesmos.

    A religião - todas, sem excluir uma só que seja - exerce uma influência muito positiva no resgate das pessoas aos valores éticos e morais adormecidos. O problema é o meio ambiente insalobre, insustentável, no qual vivemos. Convivemos com toda espécie de miséria humana e nos preocupamos individualmente, esquecendo o coletivo, estará certo isso?

    Cada indivíduo precisa alisar o cenário amplamente e, após refletir, concluir quais fatores são responsáveis pela criação desse meio de vida infeliz, insalobre e insustentável. Onde estão os valores éticos e morais da sociedade? A resposta às necessidades humanas se reduziu apenas ao consumo, ao poder de compra ou de barganha?

    Não precisa ser crente pra ter moral, pra agir com ética em tudo na vida. Se os filhos precisam de pais, todos precisam uns dos outros, afinal vivemos em sociedade e tudo o que acontece é resultado das ações deste grande grupo de seres humanos interconectados.

    Acho que libertar-nos uns aos outros é importante, libertar-nos dos produtos materiais da sociedade de consumo, ídem. A individualidade deve ser respeitada por todos, principalmente no que tange a liberdade de opção, seja ela qual for, desde que saiba-se, de partida, que tudo tem seu preço ou paga. O o plantio e a colheita, enfim, o trabalho, este sim deve ser relizado em grupo, e seus frutos distribuidos de forma igualitária. Devmos ter uma que nos permita enchergar sem bridão, a visão periférica é essencial àqueles que pleiteiam mais liberdade.

    O dia em que deixarmos de nos cercear, esconder, pertencer ou fazer parte desta ou daquela religião, deste ou daquele partido político, de um de outro time... deixaremos de sonhar e estaremos despertos á vida real, no mundo real, não neste mundo de sonho em que hoje vivemos. Este dia - um dia há de chegar - trará a paz ao mundo, será a verdadeira e eficaz forma de combate às injustiças sociais e seus frutos malditos, é a receita da felicidade à raça humana.

    Quando acabar o conceito de competição, naturalmente colaboração é o que teremos. Os recursos do Planeta Terra são limitados, vivemos numa ilha em meio a um cosmo inabitável à raça humana materializada. Só uma sociedade colaborativa terá sucesso e nos dará a chance de um futuro, a todos nós, que somos tod@s crianças, filhos e filhas de Deus.

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