Vamos focar nossa discussão em torno da história da Europa, a qual está diretamente relacionada com a evolução da sociedade ocidental.
Numa divisão esquemática, a História da Europa pode ser dividida em quatro "eras": a Idade Antiga, a Idade Média, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea.
A Idade Antiga, ou Antiguidade, foi o período que se estendeu desde a invenção da escrita (4000 a.C. a 3500 a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.) e início da Idade Média (século V). Neste período verificamos que as chamadas civilizações antigas, que conhecem a escrita, coexistem com outras civilizações, escrevendo sobre elas. Como já foi abordado em posts anteriores, após a pré-história grupos situados em diferentes regiões acabaram por compor diferentes civilizações.
O período da Idade Média foi tradicionalmente delimitado com ênfase em eventos políticos. Nesses termos, ter-se-ia iniciado com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (em 476 d. C.), e terminado com o fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (em 1453 d.C.). Com a invasão dos povos bárbaros em Roma, as pessoas foram para o campo, onde estariam mais seguras. Os grandes proprietários então, construíram castelos com grandes muralhas e segurança para se protegerem dos bárbaros. Surge então a relação suserano / vassalo. O rei é o maior de todos os suseranos, sendo que todos os senhores feudais do reino e seus respectivos vassalos, são vassalos do rei ("o vassalo de meu vassalo é meu vassalo"). Este sistema político, social e econômico predominante chamou-se de feudalismo.
A Idade Moderna é um período específico da História do Ocidente. Destaca-se das demais por ter sido um período de transição por excelência. Tradicionalmente aceita-se o início estabelecido pelos historiadores franceses, em 29 de maio de 1453 quando ocorreu a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, e o término com a Revolução Francesa, em 14 de julho de 1789 (queda da bastilha). A Idade moderna caracteriza-se pelo crescimento do comércio em relação ao uso da terra. Começaram a se formar cidades onde onde artesãos e comerciantes passaram a emergir como força econômica, iniciando o processo de surgimento da burguesia. A cidade burguesa, incompatível com o feudo, oferecia boas chances de lucro e atrativos do comércio. O castelo, o qual era de grande importância na Idade Média, vai perdendo sua importância. oferecia. A transição da Idade Média para a Moderna é marcada pelo aparecimento do
capitalismo. O progresso comercial e urbano, a burguesia, o artesanato, as feiras, as rotas terrestres e marítimas deram ao rei a certeza de que, se ele não aceitasse o comércio e se aliasse aos burgueses, certamente não teria sucesso financeiro. Surge então a aliança rei-burguesia, caracterizando então o início do sistema capitalista. Passam a se fortalecer conceitos que até então não existiam ou não eram tão relevantes: produção voltada para os mercados, relações monetárias, sistema focado na obtenção de lucro, acúmulo de capitais, relações assalariadas de produção.
A Idade Contemporânea é o período atual da história do mundo ocidental, iniciado a partir da
Revolução Francesa com a queda da bastilha em 14 de julho de 1789. Um conjunto de avanços tecnológicos caracterizou a Revolução Industrial, iniciada em meados do século XVIII na Inglaterra. Estes avanços acarretaram em mudanças no processo produtivo, a nível social, econômico e político. A era agrícola foi superada, máquinas passaram a substituir o trabalho humano, surge uma nova relação entre capital e trabalho, e novas formas de relação entre nações. O capitalismo passa a ser o sistema econômico vigente. A idéia seria que a partir daí a civilização iria progredindo, com os avanços e novos conhecimentos adquiridos. Correntes filosóficas marcaram o início desta época, principalmente o iluminismo, sintetizando diversas tradições filosóficas, sociais, políticas, correntes intelectuais e religiosas. Um novo conceito de sociedade estaria se formando, com muitas expectativas e otimismo.
Com a evolução de todo este processo, as potências mundiais industrializadas que surgiram até então passam a disputar por novas áreas para colonizar, e aumentar o mercado para os produtos por elas produzidos. Com esta disputa cada vez maior passa a surgir um crescente espírito armamentista, que culminou em 1914 com a
Primeira Guerra Mundial.