O espaço compõe a maior parte do universo, e até mesmo da matéria.
Estima-se que a matéria normal constitui apenas 4% do universo. 23% do universo é constituído de matéria escura e 73% é constituído de energia escura. Como só conhecemos a matéria normal, 96% do universo é desconhecido para nós.
Porém analisando a constituição da matéria propriamente dita, a qual conhecemos, 99,9% do interior do átomo é um espaço vazio.
Podemos portanto constatar que a maior parte da composição daquilo que conhecemos, enxergamos, tocamos, interagimos é um vazio. Nós mesmos, somos 99.9% compostos de espaço vazio, e apenas 0,1% de matéria.
Os componentes universais da existência são em sua maior parte regidos por ciclos, geralmente compostos por processos de concentração, e espalhamento.
Mesmo as hipóteses da criação do universo supõem que a sua origem tenha sido de explosões de singularidades hiper massivas (big bangs), as quais desconhecemos o processo da sua criação / concentração. Após grandes explosões vem os processos de coesão gerando galáxias, estrelas, planetas. As estrelas no fim do seu ciclo de vida também explodem, espalhando matéria e energia pelo universo, podendo transformar-se em buracos negros, que passam novamente a atrair tudo ao seu redor, absorvendo matéria e até a luz.
Esta natureza de ciclos de existência vai além do universo.
Uma criança é gerada dentro do útero da mãe, compactada, sem espaço, abraçada, acalentada.
Ao nascer ela é subitamente liberada no mundo, desprendendo-se daquele invólucro de proteção. É dado a ela espaço para viver a sua vida como um ser independente, criando a sua realidade individual, única.
Porém a lembrança inconsciente da sua fase uterina permanece viva para sempre.
A vida também acaba por ser composta de ciclos de liberação no espaço, e fechamento em núcleos de proteção.
O ser humano foi "concebido" de forma a jamais sentir-se satisfeito com a sua realidade. Está sempre insaciado com a conjuntura em que vive, cobiçando algo diferente daquilo que tem. Tal natureza que leva a humanidade a uma suposta evolução.
A conjugação desta natureza, com os seus instintos naturais, experiências adquiridas e inconsciente levam à modelagem dos ciclos de vida de cada um.
Os instintos herdados da gestação aliados às experiências de abandono vividas principalmente na infância levam a uma eterna carência por proteção.
Esta carência leva o indivíduo a buscar um núcleo que o supra com a sua necessidade emergencial para curá-lo de uma pseudo solidão. Caso não se consiga obter este núcleo, a tendência é que o sentimento de solidão, tristeza e até mesmo desespero tenda a exacerbar-se.
Porém quando se consegue montar um núcleo, com o passar do tempo, a idéia subjetiva de perfeição tende a levar o indivíduo à frustação por não conseguir alcançar a aquilo que vislumbrava como ideal. O tempo vai passando, e a natureza humana da insaciedade volta à tona. Aqueles instintos naturais de buscar algo diferente daquilo que tem volta a latejar cada vez mais forte. Até que o núcleo se quebra, e o ciclo recomeça...
A natureza é o que é. Apenas o amor em sentido amplo leva à felicidade.
Carpe Diem.