sexta-feira, 27 de junho de 2014

A Chama



Entre ventos e trovões,
uma chama se acende.
No horizonte perdido,
onde se lança o infinito.

Andei, nadei, voei,
em uma viagem de ida,
o caminho de volta se apaga,
a cada passo adiante.
Cujo destino é a chama,
que me chama.

Quanto mais me aproximo,
mais distante ela fica.
Acelero meus passos,
meu coração, minh'alma,
tentando nela tocar.

Vislumbrando sua imagem longínqua,
pulsando forte,
mas sempre pequena,
profunda, brilhante, singela.

No decorrer da jornada,
de suor, lágrimas e esperança,
em busca daquela luz,
que levará a um novo mundo.

Um universo paralelo,
repleto de cores, água e fogo,
para alegrar a alma,
acalentar o coração,
e acender a chama da vida.


quarta-feira, 25 de junho de 2014

Um Novo Caminho



Lá fora o sol brilha radiante,
Do lado de dentro apenas uma penumbra,
Uma leve escuridão,
E uma viagem.

As imagens cruzam velozes.
Mas para os olhos parecem surreais.
De tempos em tempos a visão clareia,
Alcançando o real,
E o surreal.

O tempo corre, e não passa.
A busca pelo desconhecido não para,
Sem perguntas ou respostas.
Só sei que sim,
Sem saber o porquê.

E o tempo voa, volta, vai...
Quando entre o real e o surreal,
No meio do nada,
Surge uma imagem.

Um novo caminho,
Obscuro, cheio de espinhos, instigante.
Sem saber como, onde, ou quando,
As marcas que ficarão.

Entre o racional e o irracional,
Medos, riscos e certezas,
A fuga não é uma opção.
É preciso percorrê-lo.


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Velho Mundo Novo


Acordei.
Em um velho mundo novo,
O mundo dos sonhos.
Ilusões, alegria e tristeza,
Vasto, cheio, vazio, instigante.

Desacordei.
Sem sonhos, sem metas,
Parei.

Ir ou ficar?
Ir, crescer, sonhar, sorrir, chorar.
Ficar, viver, parar, desaparecer.
Fiquei.

Os sonhos vão, mas vêm.
As ilusões persistem.
As visões me chamam de volta.
Chorei.

Nada mais será como antes.
O desconhecido deve ser explorado,
Novas trilhas desbravadas.
Enfrentando riscos, sem medos, sem traumas, livre.
Voltei.

É preciso acordar mais uma vez.
Acordei.


sábado, 21 de junho de 2014

Inverno



A brisa que vem do mar já está mais fria.
Penetra em nosso corpo, nossa alma,
Secando as pequenas doces gotas que ainda restavam.
Os ventos frios tornam-se cortantes.
A fonte de energia que nos alimenta não aquece mais.
O corpo cai.
A mente enfraquece, quase se apaga.
No limiar do perecer ela luta por sua existência.
Procurando desesperadamente por uma luz.
As opções vêm, mas vão.
Imagens de tudo e nada se mesclam no tempo.
A friagem começa a congelar a alma.
Os movimentos passam a travar.
Mas uma chama profunda ainda permanece acesa, inabalável.
A lembrança dos raios de sol que um dia voltarão,
A manterá viva para sempre.


quinta-feira, 19 de junho de 2014

O Sonho



Flutuando através da correnteza,
Enfrentando as ondas,
Molhado, persistente, dilacerado,
Em curvas, retas e círculos,
Rumo ao horizonte,
Onde a Terra se curva,
Terminam as nuvens cinzentas.

Surge o Sol, o amanhecer.
Raios límpidos fazem o horizonte brilhar,
Rasgando o céu, as nuvens, os ventos,
Aquecendo a alma, fazendo-a sonhar.

Acordando em um novo mundo,
Azul, puro, brilhante,
Iluminado por uma flor,
Singular, dócil, singela,
Onde chegam e partem raios de luz.

Preenchendo o novo mundo,
Criando nele um novo sonho,
Intenso, suave, infinito,
Para sempre, enquanto durar.